Contexto
A arte do século XX, a partir dos anos 60, muda radicalmente, quer na forma quer no pensamento.
Ao abstraccionismo intelectualizado da década de 50 sucede, agora, uma arte virada para a vida concreta e para os acontecimentos do quotidiano, utilizando-os como uma forma de conhecimento e de acção.
Numa sociedade caracterizada essencialmente pelo consumo, estimulado por uma publicidade agressiva, que cria necessidades, a Arte surge como reflexo de novas formas de relacionamento social, onde determinados objectos e imagens se impõem com ícones.
Pop Art
Nascida ainda nos anos 50, sobretudo nos grandes núcleos urbanos, primeiro em Londres e depois em Nova Iorque, a Pop Art utilizou uma linguagem figurativa correndo a símbolos, figuras e objectos próprios da cidade e do seu quotidiano. Não se baseou em teorias, não teve atitudes programáticas e, por isso, não colocou dificuldades interpretativas, sendo diametralmente opostas ao Abstraccionismo.
A sua temática esteve ligada à cultura popular constituída por imagens do quotidiano, retiradas de BD, das revistas e dos jornais, da fotografia, do cinema e da televisão.
São conhecidos os retratos, seriados ou não, de Marilyn Monroe, Jackie Kennedy, Liz Taylor e Elvis Presley.
Técnicas
Utilizou recursos técnicos mecânicos ou semimecânicos, como a fotografia e a serigrafia. O resultado plástico, devido à imagem utilizada, possui uma certa frieza e impessoalidade quando comparado com o abstraccionismo expressionista.
A Pop Art foi influenciada pelas recolhas dadaístas e surrealistas efectuadas por Robert Motherwell nos anos 50 e intitulada The Dada Painters and Poets, pelos ready-made de Duchamp e pelas colagens de Kurt Schwitters.
É de notar que ambos os movimentos utilizaram a descontextualização dos objectos em relação ao quotidiano, tornando-os ícones da sociedade de consumo.
Em Inglaterra, os artistas de maior renome são Richard Hamilton, Peter Blake, David Hockney, com uma temática onde predominam os objectos de consumo, e Allen Jones em cujas obras sobressai uma temática erótica e sexual.
Entre os artistas americanos podemos considerar duas vertentes:
- Uma mais “neodadaísta”, onde se incluem:
Robert Rauschenberg com as suas combine paintings;
Jasper Jones, pintou uma série de bandeiras americanas, alvos e letras onde domina a técnica matérica da encáustica;
Jim Dine tornou-se conhecido na Pop pelas combinações de objectos reais, como gravatas, cortadores de relva, electrodomésticos, entre outros, colados sobre fundos de pintura; mais tarde irá pertencer ao grupo de pioneiros da instalação e do happening.
- A outra vertente é composta por artistas como:
Andy Warhol, que utilizou imagens de BD, de objectos de consumo e retratos de personalidades
Roy Lichtenstein, que usou personagens retiradas dos filmes da Walt Disney e da BD, pintadas com cores puras, lisas e brilhantes, realizadas com as tramas próprias da impressão
Tom Wesselmann, que empregou a assemblage para construir ambientes de tipo classe média
James Rosenquist, em cuja obra existe um certo surrealismo à maneira de René Magritte.
Fonte: CAMBOTAS, Manuela; MEIRELES, Fernanda; PINTO, Lídia, História da Cultura das Artes 11º ano, Porto, Porto Editora, 2008.
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